Câncer de Mama
Ao longo dos últimos anos, os exames radiológicos têm se tornado cada vez mais acurados e, além da mamografia, podemos utilizar o ultrassom e a ressonância de mamas para diagnóstico.
Todos os anos, a campanha Outubro Rosa chama a atenção de mulheres e homens para a questão do câncer de mama. Esse é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo todo – e também o que mais causa mortes no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a doença corresponde a 25% dos casos novos a cada ano e, entre as brasileiras, esse índice é um pouco mais alto, chegando a 28%. Até o fim de 2016, estão previstos mais de 57 mil novos registros no País.
Tudo isso pode parecer assustador, mas não precisa ser. Se o nódulo for diagnosticado no início, as chances de cura são enormes, de 90%. Por isso é que médicos e campanhas de conscientização sempre batem na mesma tecla: a importância da descoberta precoce do câncer de mama. “Quando o diagnóstico e o tratamento são realizados na fase inicial, as chances de esse tumor se desenvolver geralmente são menores. Também é possível, nessa situação, realizar cirurgias mais conservadoras e poupar tratamentos mais agressivos”, diz a doutora Raquel Guerra, médica oncologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO).
Para que ocorra essa detecção no estágio inicial, a mulher precisa estar atenta ao seu corpo, cuidando sempre da saúde. O primeiro passo nessa direção é conhecer bem os próprios seios: olhar, sentir e tocá-los no dia a dia para perceber suas variações naturais e identificar qualquer mudança suspeita. Uma pesquisa do Inca, divulgada neste mês, mostrou que, em quase dois terços dos casos (66,2%), a própria paciente percebeu alterações na mama como possível sinal de um câncer.
Porém, os especialistas alertam que se tocar não substitui o exame físico feito pelo médico nem os exames de imagem – como mamografia, ultrassonografia e ressonância. A recomendação do Inca é que esse hábito apenas faça parte das ações de educação para a saúde que visam ao conhecimento do corpo. Geralmente, o nódulo só é sentido pela mulher quando já atingiu pelo menos 2 centímetros. O médico, por meio do exame físico no consultório, consegue detectar tumores com 1 centímetro. Mas é apenas com a mamografia que é possível diagnosticar as lesões no estágio mais precoce, medindo milímetros.
Foi o caso de Ana Maria Oliveira, de 59 anos, que descobriu um câncer de mama quando o nódulo tinha ainda 4 milímetros. Ela sempre fez os exames de rotina para a sua idade, mas, quando completou 50 anos, quis repetir a mamografia, mesmo tendo feito havia apenas seis meses. E, então, foi descoberto o câncer, felizmente bem no comecinho. “O mastologista recomendou a cirurgia, e assim foi feito na mesma semana do diagnóstico. Daí você vê a importância de fazer os exames regularmente. Quando somos novinhas, não damos valor a isso, mas depois você percebe como é importante. Graças à minha disciplina em fazer a mamografia, foi tomada uma ação rápida e hoje estou bem”, conta.
Outras maneiras de diagnosticar e tratar
A evolução tecnológica também vem colaborando para a descoberta precoce do câncer. “Ao longo dos últimos anos, os exames radiológicos têm se tornado cada vez mais acurados e, além da mamografia, podemos utilizar o ultrassom e a ressonância de mamas para diagnóstico”, observa a oncologista do CPO. A tomossíntese é um desses avanços. Conhecida como mamografia 3D, possibilita a visualização das mamas em diferentes planos e em alta resolução, aumentando a capacidade diagnóstica em relação à mamografia convencional, especialmente em mulheres com mamas densas.
Outra novidade diagnóstica é o exame de risco genético, que ganhou destaque na mídia quando a atriz Angelina Jolie decidiu pela cirurgia após um teste desse tipo, que apontava que suas chances de desenvolver um câncer nas mamas eram de 87% e, no ovário, 50%. Quando indicado, o exame conta com o aconselhamento detalhado de um geneticista para auxiliar no diagnóstico e na avaliação do risco. E, então, paciente e médico decidem juntos o melhor caminho a seguir. O fator hereditário corresponde a um em cada dez casos de câncer de mama.
Para quem já diagnosticou o problema, existe ainda outro teste genético que ajuda na decisão sobre o tratamento mais adequado para cada caso. “Novas evidências científicas nos permitiram caracterizar melhor o comportamento dos tumores de mama e o benefício esperado com cada tratamento. Algumas análises moleculares do tumor, quando bem indicadas, podem auxiliar a determinar melhor, por exemplo, a importância ou não da quimioterapia”, explica a doutora Raquel. “Dessa forma, podemos individualizar o tratamento de cada paciente”, conclui.
Fonte: MdeMulher
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