Amamentação e Zika
Sociedade de Pediatria recomenda manter amamentação em casos de Zika e dá outras orientações sobre a doença
Mulheres contaminadas pelo Zika vírus devem amamentar seus bebês? A orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que sim. Agora, a Sociedade de Pediatria de São Paulo, ratificou a recomendação. Leia abaixo o texto:
Em 25 de fevereiro a OMS emitiu uma recomendação a respeito de aleitamento materno em pacientes com Zika vírus. Todas as orientações apontam para a importância do apoio alimentar por profissionais de saúde e consultores de aleitamento experimentados e, se for solicitado, para o início e a manutenção do aleitamento materno:
a) tanto em mães com infecção por Zika vírus suspeita, provável ou confirmada, durante a gestação ou após o parto;
b) assim como em mães e famílias de crianças nascidas com malformações congênitas (por exemplo, microcefalia).
Os estudos mostram que, apesar de o vírus ser encontrado no leite materno, não há relato atual documentado de transmissão do Zika vírus através do leite materno.
DIAGNÓSTICO DE MICROCEFALIA
Pela alta incidência atual de quadros de suspeita de microcefalia, um dado fundamental que se faz necessário é a medida padronizada do perímetro cefálico (PC – circunferência da cabeça do bebê). Em 1º de março, o Ministério da Saúde informou que vai modificar, a partir do dia 3 de março, o protocolo de notificação da microcefalia, seguindo novos critérios adotados pela OMS. A medida anterior do PC, que era menor do que 32 cm independente do sexo, passa agora para menor que 31,5 cm em meninas e menor que 31,9 cm em meninos. Mas, para a confirmação do diagnóstico, são necessários exames que mostrem se o cérebro está comprometido.
ZIKA VÍRUS NÃO É SÓ MICROCEFALIA
A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) publicou em 2 de março de 2016 uma orientação referente ao atendimento de pacientes pediátricos portadores de microcefalia e de bebês com suspeita de infecção congênita por Zika vírus. O oftalmologista deverá avaliar e, se possível, documentar os achados e encaminhar os casos com alterações (lesões oculares, maculares ou periféricas) para controle epidemiológico (na Secretaria de Saúde Ocular de sua cidade) e os pacientes com lesões maculares ou com perda de capacidade visual por alterações neurológicas aos centros de reabilitação visual. Nesses casos, o exame de fundo de olho deverá ser repetido a cada 3 meses no primeiro ano de vida e a cada 6 meses após o primeiro ano. Também devem ser examinados os bebês cujas mães tenham suspeita de contaminação pelo Zika vírus durante a gestação (rash cutâneo, febre, artralgia). Os bebês com microcefalia sem lesões oculares deverão ser acompanhados a cada 6 meses, com realização do exame de fundo de olho, por um ano.
SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ
Esse é um quadro neurológico em que o sistema imunológico do corpo começa a combater um microrganismo (vírus ou bactéria, por exemplo) e acaba atacando as suas próprias células nervosas, provocando diferentes graus de manifestação, apresentando desde leve fraqueza muscular em alguns pacientes até o quadro raro de paralisia total dos quatro membros. Muitas patologias são relacionadas a esse quadro e, segundo a OMS, há fortes indícios de que o número desses casos esteja aumentando em locais onde o vírus Zika está presente.
Inicialmente podem ocorrer alterações na sensibilidade e formigamento que podem evoluir para um quadro de fraqueza (paralisia flácida ascendente), começando pelas pernas e subindo. Na maioria dos casos, a síndrome aparece de três a quatro semanas após uma infecção com sintomas gastrintestinais (diarreia) ou respiratórios (resfriados).
Estudos mostram que perto de 50% dos pacientes se recuperam totalmente até seis meses depois do aparecimento do quadro. Aproximadamente 30% podem apresentar sequelas leves (menor sensibilidade nos membros ou pequenas dificuldades motoras). Quase 20% dos pacientes costumam evoluir de forma um pouco mais grave (maiores dificuldades motoras e fraqueza nas pernas). Cerca de 5% pode apresentar paralisia dos músculos respiratórios e morte.
Não há como prevenir a Síndrome de Guillain-Barré. Aos primeiros sinais de suspeita do quadro, os pacientes devem buscar orientação e avaliação médica.
ELIMINAR O MOSQUITO
Apesar de investimentos na produção da vacina contra o Zika vírus e contra a dengue, e dos cuidados precoces e amplos para o diagnóstico e tratamento dos casos de microcefalia e problemas visuais, todos os esforços devem ser feitos para se evitar a proliferação do Aedes aegypti. Com relação à dengue, em 2015, tivemos a maior epidemia de todos os tempos e esses números só aumentam. Em Ribeirão Preto já são quase 6 mil casos suspeitos, taxa superior ao ano de 2015, que registrou 5 mil casos de dengue. Eliminar o mosquito é a única forma de conter essa grave epidemia, o Zika, que se apresenta agora para o mundo.
Sites confiáveis e recomendados:
http://combateaedes.saude.gov.br/
http://www.sbp.com.br/zika-virus-informacoes-atualizadas/
http://www.cbo.net.br/novo/publicacoes/Recomendacoes_SBOP_zika_virus.pdf
Fonte: EBC
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