Prevenção ao Câncer
Oncologista Fillipe Dantas fala sobre tipos de prevenção e avanços no tratamento.
Prevenção ao Câncer
Oncologista Fillipe Dantas fala sobre tipos de prevenção e avanços no tratamento.
Hoje, 8 de abril, é celebrado o Dia Mundial da luta contra o Câncer. A palavra-chave para o combate à doença continua sendo: Prevenção. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos um terço dos casos de câncer pode ser evitado.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que, para o ano de 2015 no Brasil ocorrerão 576 mil casos novos de câncer. O câncer de pele do tipo não melanoma (182 mil casos novos) será o mais incidente na população brasileira, seguido pelos tumores de próstata (69 mil), mama feminina (57 mil), cólon e reto (33 mil), pulmão (27 mil), estômago (20 mil) e colo do útero (15 mil).
Para falar um pouco sobre o assunto, entrevistamos o médico oncologista da Sonnar, Fillipe Dantas.
Sonnar: Em números, o câncer tem avançado ou recuado?
Fillipe Dantas: Nos últimos anos, o câncer tem avançado, mas não em questão de maior incidência ou por idade, mas avançado de forma geral. Como a população está mais envelhecida, tem-se visto mais câncer do que a 20, 30, ou 50 anos atrás. Alguns tumores têm avançado em qualquer faixa etária, como o tumor de pâncreas. E ainda não se sabe o motivo para isso. Outros têm reduzido bastante, como mama e pulmão. E a maioria deles está estável desde 1920.
Sonnar: A que se deve esta redução?
Fillipe: O Câncer de mama, provavelmente, pela prevenção. Alguns pesquisadores apontam também para o hábito de praticar exercícios físicos e a perda de peso. Sabe-se que a mulher obesa tem mais chance de ter câncer de mama do que as magras. Já a queda em números do câncer de pulmão deve-se à diminuição do hábito de fumar. Hoje em dia, fuma-se bem menos, do que a 30, 50 anos atrás.
Sonnar: Quais os tipos de câncer mais comuns no Brasil?
Fillipe: Infelizmente ainda é o câncer de útero e de mama, na mulher, principalmente no Norte e Nordeste, onde os casos de útero são mais frequentes. No Sul e Sudeste é mama e pulmão. E no homem, é próstata, em segundo pulmão.
Sonnar: O que a população pode fazer para evitar a doença?
Fillipe: O que sempre se recomenda é fazer a prevenção primária: exercício físico quatro vezes por semana, pelo menos 40 minutos por dia; não fumar; evitar ingerir bebida alcoolica; ter uma alimentação saudável e equilibrada; evitar exposição exacerbada ao sol; e usar protetor solar. A prevenção secundária é aquela que tenta averiguar se há o câncer e, caso for positivo, evitar que o a doença tenha um estágio mais avançado: fazer exames de Mamografia; Ultrassonografia; Preventivo Ginecológico; Colonoscopia (exame do intestino feito a partir dos 50 anos e previne 30% dos tumores de colorretal - pouco médico solicita); Tomografia de tórax para quem fuma; e Exames dermatológicos. Essas são as prevenções secundárias. Estes exames são solicitados pelo médico e podem aumentar as chances de cura.
Sonnar: Em que as pesquisas científicas avançaram com relação ao câncer?
Fillipe: O que mudou muito nos últimos anos - da década de 50 pra cá, quando começou o trato por quimioterapia – é que os tratamentos evoluíram muito ao nível de toxidade. A maioria das quimioterapias não é mais igual ao que se vê nos filmes: a pessoa não vai ficar careca, com vômitos, passando mal, acamado, sem andar, sem comer, sem fazer nada. A maioria delas que hoje faz quimioterapia leva uma vida normal, podem fazer a administração pela manhã e à tarde estão em casa tranquilamente, sem grandes problemas. Alguns até trabalham. Ou seja, a maioria tem uma boa tolerabilidade. O que evoluiu muito também foram os exames de imagem, como tomografia, ressonância, ultrassonografia, de geração nova, pois captam melhor os tumores, dão diagnósticos mais precisos e mais iniciais e ainda aumenta a chance de sobrevida de pacientes com câncer. Resumindo: os medicamentos tornaram-se mais efetivos e com menos toxidade e os exames de imagem com melhor resolução e confiabilidade.
Filipe Dantas é especialista em Cancerologia Clínica/Oncologia Clínica. Graduado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia; com Residência Médica no Hospital Santa Izabel em Cancerologia Clínica/Oncologia Clínica; e Residência Médica no Hospital Universitário Professor Edgar Santos, Salvador/BA, em Clínica Médica.
Atende na Sonnar às quintas-feiras.
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