Álcool e Gravidez
Pesquisa da USP revela consumo de risco de álcool
Numa consulta simples, em vez de a pergunta do médico "você consome álcool?" vir misturada a outras como fumo e refeição, uma orientação específica à gestante sobre os danos do álcool ao bebê pode gerar uma mudança mais efetiva de atitude.
É o que apontou a pesquisa da USP ao acompanhar 80 das grávidas cujo questionário revelou consumo de risco de álcool.
Álcool representa risco para 1/3 das grávidas
De imediato, 52 admitiram que ainda consumiam bebida. As demais, mesmo sóbrias, revelavam chances de ter recaídas.
Elas foram ouvidas em dois momentos --no começo da gestação e próximo ao parto.
No início, as mulheres foram divididas em dois grupos. Parte delas (39 mulheres) recebeu um folheto com fotos e orientações didáticas sobre os efeitos do álcool no corpo delas e no feto.
As demais, além do folheto, receberam orientação pessoalmente.
Uma profissional de saúde, treinada, conversou por até meia hora com as mulheres, ouvindo-as, tirando dúvidas, desfazendo mitos e até ajudando a gestante a fugir de situações que a levassem para o álcool.
"Muitas disseram que sempre bebiam com os maridos. É preciso colaboração também da família", diz a psicóloga Poliana Patrício Aliane, autora da tese.
Ao fim das gestações, a pesquisadora detectou que, das 52 que confessaram estar bebendo, 22 pararam após a orientação.
Das 30 mulheres que não conseguiram largar o vício, 21 diminuíram a frequência e a quantidade de bebida.
A pesquisadora diz ser preciso mais estudos e em grupos maiores, mas a experiência já revela, em sua visão, que a rede pública precisa se adaptar a esse problema.
Fonte: Folha online
Comentários