Filtros Solares
Dermatologista descreve a importância do uso do protetor solar na prevenção dos cânceres de pele.
O sol é fonte de vida e doador de energia, sendo importante para a Terra. As ações benéficas do sol são muitas, como a síntese de vitamina D, ação positiva sobre o humor, no entanto, existem efeitos danosos, como a nítida correlação entre a exposição solar crônica e o aumento da incidência de inúmeras dermatoses, como os cânceres de pele.
Em vários países os dados epidemiológicos mostram aumento das neoplasias cutâneas, particularmente dos tumores epidérmicos não melanoma. O aumento da incidência dos tumores cutâneos é atribuído, entre outros fatores, ao aumento da exposição da população a radiação solar, por fatores culturais e também devido aos danos a camada de ozônio.
A prevenção contra as dermatoses fotoinduzidas, contra a aceleração do envelhecimento cutâneo e contra o aumento da predisposição ao câncer de pele levou a preocupação crescente com medidas fotoprotetoras, como uso de vestimenta adequada, hábito de permanecer à sombra sempre que possível e aumento no uso de filtros solares.
Inicialmente, os filtros foram formulados para diminuir as queimaduras solares, posteriormente para – além das queimaduras – protegerem contra os efeitos crônicos da exposição solar, como foto envelhecimento e o câncer de pele. Os produtos modernos apresentam muito maior proteção e agregam o conceito de “multifuncionalidade”, ou seja, além da proteção contra a queimadura solar, têm ação na prevenção do foto envelhecimento e do câncer de pele, precisam ter resistência à água e ao suor, cosmética agradável, facilitando a aderência do paciente, manter a hidratação da pele e ter ação antirradicais livres e de proteção do DNA celular.
Linha de filtros solares atuais – o conceito de multifuncionalidade
O conceito de novos filtros solares deve estar de acordo com as exigências do mercado e com as necessidades dos pacientes, que têm uma vida ativa e corrida, que não têm tempo de usar vários produtos para proteger sua pele das agressões do meio ambiente, como sol do dia-a-dia, ressecamento, frio, vento, poluição, etc., mas que não querem deixar de proteger sua pele dos riscos causados pelo meio ambiente.
Por isso os novos filtros solares devem ter ação “multifuncional”. Não basta o filtro proteger contra a radiação ultravioleta do sol, ele deve impedir o ressecamento e a desidratação da pele, proteger contra os radicais livres formados como subproduto do metabolismo celular, deve ter alta performance cosmética para aumentar a aderência do paciente e serem de amplo espectro.
Um produto com foto protetor deve ter ação hidratante se for indicado para pacientes de pele seca. Deve ter ativos antioxidantes e anti-inflamatórios para prevenir o foto envelhecimento. Idealmente, um filtro para tratamento de peles com diascromias, como melasma e hipercromias pós-inflamatórias, deve ter um ativo clareador para potencializar a ação clareadora do tratamento do paciente e preferencialmente ter um veículo com base para disfarçar as imperfeições da pele.
Artigo de Érica de O. Monteiro - Dermatologista colaboradora do Setor de Dermatologia, Cirurgia e Oncologia – UNICCO – do Departamento de Dermatologia da UNIFESP.
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