Os beneficios da aplicação da Shantala em lactentes
A Shantala, enquanto toque terapêutico proporciona o desenvolvimento psicomotor da criança
Massagem é a compressão do corpo para melhorar a circulação, é o uso de técnicas manuais que tem como objetivo promover o alívio do estresse ocasionando relaxamento, mobilizar estruturas variadas, aliviar a dor, diminuir edema, tendo como benefício seu bem estar. Tem origem grega, e significa “amassar”, “ato de pressionar”.
A história da massagem é tão antiga quanto a história do homem. Os primeiros a reconhecer as propriedades curativas dessa técnica de friccionar o corpo foram os chineses se baseando de que toda a doença ou desconforto no corpo é devido a um estado emocional diminuído do indivíduo.
A prática de massagear bebês originou-se no Sul da Índia, tradição passada de mãe para filha. Em meados de 1970 a Shantala foi trazida ao ocidente pelo médico francês Frederick Leboyer que observou em Calcutá-Índia uma mãe massageando seu bebê. “Parecia um ritual de balé devido a harmonia e ritmo exato embora tanta lentidão fiquei deslumbrado.”Encantado com a beleza do movimento batizou a seqüência da massagem com o nome da mulher que a realizava Shantala 3. Observou também que massagear crianças era parte do cotidiano e da cultura indiana e que exista uma crença no fato do bebê ser capaz de assimilar as sensações de harmonia e de amor que a mãe lhe transmite neste momento.
Quando a mãe massageia seu bebê nos primeiros dias de vida, a massagem continua um processo de ligação e estabelece um relacionamento entre mãe e filho caloroso e positivo.
A Shantala, enquanto toque terapêutico proporciona a estimulação cutânea e o desenvolvimento psicomotor da criança. O toque estimula a pele, que por sua vez produz enzimas necessárias para síntese proteica. Ocorre a produção de substâncias que ativam a diferenciação dos linfócitos T, responsáveis pela imunidade celular; ativa a produção de endorfinas e neurotransmissores responsáveis pela sensação de alegria e bem estar.
De acordo com Leboyer, Shantala é muito mais do que uma técnica: é arte de transmitir amor através das mãos, do toque.
O nascimento é considerado uma experiência traumática onde o bebê é colocado subitamente para fora em um ambiente desconhecido e repleto de estímulo. Sendo a pele o órgão dos sentidos do tato; o toque é a primeira linguagem do recém nascido, é importante estimulá-lo, pois a sensibilidade da pele é a primeira função desenvolvida do feto.
Walker explica que massagem é adequada para os primeiros meses de formação onde o bebê passa por um processo de recuperação de sua posição fetal, esticam os músculos, abrem articulações e coordenam os movimentos proporcionando força que ajuda executar atividades e habilidades física de forma coordenada. A massagem iniciada e aplicada regularmente após o primeiro mês depois do parto vai situá-lo a favorecer a noção do espaço e a consciência corporal, transmite sensação de segurança e amor.
A massagem terapêutica tem impacto em todos os sistemas do corpo e tem como efeitos fisiológicos:
Sistema nervoso: Melhora a qualidade do sono, o desenvolvimento neurológico, auxilia na diminuição do estresse na época de dentição, proporciona a sensação de relaxamento, alivia a tensão nos músculos, aumenta a circulação local e sistêmica além de nutrir o músculo e eliminar as toxinas presentes no sistema.
Sistema digestivo: Movimenta os conteúdos do estômago para o duodeno acelerando a exoneração do intestino combatendo a constipação crônica, estimula a digestão, elimina gazes e diminui a cólica devido o relaxamento do trato gastrintestinal.
Sistema muscular: Aumenta a percepção corporal do bebê, o ganho de peso, produz um bom tônus muscular. Evita a fadiga, relaxa e alonga os músculos intercostais. Ao massagear os músculos das costas pode estimular o bebê quanto ao ganho de extensão necessário para adquirir a posição sentada e em pé.
Sistema respiratório: Estimula a respiração e circulação sanguínea devido ao relaxamento dos ombros e tórax tornando à respiração mais profunda e regular, propiciando aumento da oxigenação do sangue. Ajudam a soltar secreções e muco dos pulmões, desobstruindo as vias respiratórias.
Sistema imunológico: Fortalece o sistema imunológico.
Dentre todos os benefícios reduz o estress entre o lactente e seus pais, aumentando o envolvimento afetivo sendo importante para saúde mental e vínculo familiar.
Para a mãe o ato de tocar traz os benefícios de treinamento de criar tornando os pais capacitados para tocar seus filhos de uma maneira mais sensível às necessidades, acuidade para observação, percepção das necessidades da criança, estimulação da capacidade de moldar a si mesma de acordo com o diálogo corporal estabelecido com o bebê, conhecimento a cerca do desenvolvimento psicomotor, felicidade na comunicação, melhora do humor das mães principalmente as deprimidas, prazer, interação e apego emocional fazendo com que os pais se sintam mais próximos do lactente, aprende a linguagem corporal do bebê, ritmo de comunicação e limites para a estimulação.
Qualquer pessoa além dos pais pode realizar a massagem, porém recomenda-se quando houver uma terceira pessoa em questão esta deverá gastar um tempo a mais com o pequenino, criando afinidade até que ele se sinta seguro, quando a mãe achar que as duas partes estão prontas pode liberar a massagem.
Bretãs aconselha não massagear bebês nos seus primeiros dias de vida e sim utilizar uma espécie de caricia (toque de borboleta) que não deve ultrapassar de quinze minutos. A partir do primeiro mês de vida do bebê a sessão de massagem pode durar de vinte a trinta minutos.
Após o sexto mês de vida quando começar engatinhar, o bebê fica menos interessado pela massagem, a atenção fica desviada e é mais difícil mantê-lo deitado, então pode realizar a massagem com a criança sentada no colo.
A massagem é contra indicada quando a criança estiver com mau humor, pois torna difícil e tenso para ambos, gripado ou com febre, devido à massagem ativar a circulação podendo elevar a temperatura e com diarréia, pois a massagem tem efeito relaxante podendo agravar o quadro. Existem lugares que o bebê não gosta de ser tocado, então deverá conquistá-lo com o toque.
Alguns autores como Bretãs, Pereira, Walker relatam em seus trabalhos alguns cuidados antes de iniciar a massagem para a criança ficar confortável e receptiva durante este processo. Ao iniciar a massagem deve-se observar às condições físicas e de humor do bebê. A melhor hora para começar a massageá-lo é entre as mamadas, pois ele não estará tão faminto. Introduza aos poucos a massagem na rotina do bebê, pois se deve respeitar o ritmo da criança. Dê preferências ao ambiente calmo e aquecido, para seu bebê ficar tranquilo e não sentir frio; para bebês mais preguiçosos prefira ambientes mais iluminados. Escolha uma posição confortável, sentada com as costas na parede e pernas esticadas, retire anéis e pulseiras para não machucar o bebê.
Para realizar a massagem é necessário a utilização de algum tipo de óleo para as mãos deslizar suavemente e não causar desconforto e irritação da pele do pequenino. Ao utilizar o óleo pela primeira vez é importante testar sua reação em uma pequena parte da pele do bebê deixando agir por 30 minutos. É recomendável óleo mais puro com aroma delicado devido à sensibilidade da pele e olfato, portanto, deve-se tomar cuidado a ser aplicado no rosto.
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