Educar sem Palmadas - por Daniela Miranda*
*psicóloga da Clínica Sonnar
*psicóloga da Clínica Sonnar
Mesmo diante da gama de informações disponíveis, os pais do novo século ainda encontram dificuldade na missão de educar. Para modificar essa realidade, é necessário que todos os envolvidos na educação busquem formas de amenizar os problemas decorrentes da atual dinâmica familiar, encontrando o equilíbrio entre a imposição de limites e a superproteção. É preciso perceber que para haver cobranças nas relações interpessoais é necessário que haja doação. Ou seja, um pai, mãe e/ou responsável quando exigem um comportamento “adequado” de uma criança, devem ter cumplicidade e respeito para com ela. Mais do que nunca, precisamos difundir a capacidade de diálogo e de negociação pacífica, e isso começa em casa.
É certo que o mundo precisa de amor; isso é urgente! Mas, o que tem ocorrido é que os pais têm andado cada vez mais ocupados para cumprir as demandas da vida moderna e não conseguem organizar o seu tempo de maneira satisfatória na relação com seus filhos. Pois, toda criança requer atenção e cuidado. Isso não significa que os mesmos devem largar suas atividades profissionais para estarem integralmente com seus filhos. Tudo é questão de bom senso, e neste caso o que importa é qualidade do tempo que a família tem e não a quantidade de horas que passam juntos.
O amor com firmeza é a melhor maneira de manter a criança saudável emocionalmente e com inteira capacidade de tornar-se um ser de total autonomia. Portanto, se a relação com essas crianças for desde a sua tenra infância conduzida por um cuidador que acompanhe o desenvolvimento da sua criança buscando se informar mais e instruir-se, dificilmente terá que se utilizar das “polêmicas palmadas”, que aliás são, sem dúvida, uma maneira de demonstrar para os pequeninos que já não se sabe o que fazer e aí então os pais perdem o controle do limite. E como as crianças aprendem muito mais pelo que elas podem ver, não se obtêm um resultado muito produtivo, pois, inocentemente, essa criança vai imitá-los e esse ato além de antieducativo, pode torna-se até perigoso.
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Estudo comprova que bater em criança a torna mais agressiva
Os castigos físicos repetidos impostos a crianças de três anos levam, frequentemente, à agressividade aos cinco, segundo um estudo divulgado na capital americana.
Os resultados reforçam as conclusões de pesquisas anteriores segundo as quais as crianças que sofrem punições físicas têm quociente intelectual mais baixo e que os castigos frequentes estão ligados à ansiedade e a problemas maiores de conduta criminal ou violenta, depressão e consumo excessivo de álcool.
Cientistas acompanharam o comportamento de 2.500 mães em diferentes pontos dos Estados Unidos.
Quase a metade relatou que não havia castigado fisicamente seus filhos de três anos durante os últimos 30 dias, enquanto 27,9% admitiram que o fizeram em uma ou duas oportunidades e 26,5%, mais de duas vezes.
Dois anos mais tarde, as mães que haviam castigado os filhos com maior frequência reportaram nos filhos, já com cinco anos, maiores níveis de agressão, tais como os atos de gritar, brigar, destruir coisas, crueldade ou agressividade para com os outros.
"Há formas efetivas de disciplinar crianças além de impor castigos físicos", comentou a diretora do estudo, Catherine Taylor da Faculdade de Medicina da Universidade Tulane.
"A boa notícia é que se o pais evitarem bater em seus filhos, usando métodos efetivos, não físicos de disciplina, meninos e meninas têm mais possibilidades de serem mais saudáveis, de se comportarem melhor", acrescentou.
A Academia Americana de Pediatria recomenda castigos como o cancelamento de privilégios e medidas lógicas como retirar os brinquedos pelo restante do dia se a criança não os recolhe, por exemplo.
O estudo será publicado na edição de maio da revista "Pediatrics".
Fonte: Folha Online (Informações da France Presse, em Washington)
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