O mal apresentado
A falta de conhecimento sobre o Parkinson é ainda o maior desafio.
Os primeiros sintomas motores são lentidão nos movimentos, rigidez e tremores. Porém, por mais habitual que seja caracterizar a doença por meio dos tremores, segundo o médico neurologista Philip Glass, especialista em Doença de Parkinson e membro da equipe médica da Clínica Sonnar, nem sempre esse sintoma é obrigatório na doença de Parkinson.
A doença de Parkinson é neurodegenerativa idiopática, ou seja, existe a morte de neurônios por causas desconhecidas. Uma mistura de fatores genéticos e ambientais é a provável responsável pela doença. A maior parte dos sintomas decorre da morte de neurônios responsáveis pela produção do neurotransmissor Dopamina, na substância negra do cérebro. Entretanto, com o passar do tempo, outras regiões do cérebro também são acometidas. Geralmente, segundo Dr. Glass, quando os sinais motores se manifestam, cerca de 70% dos neurônios da substância negra já foram comprometidos.
Além dos mais conhecidos, a doença de Parkinson pode ser associada a outros sintomas e sinais, como constipação intestinal, distúrbio do sono, perda de olfato, distúrbios de humor, depressão, distúrbios de memória e dores. “O diagnóstico é feito por meio de exame clínico e a confirmação se dá ainda pela própria resposta do paciente à medicação. Os exames complementares são úteis para afastar outras doenças que apresentam sintomas semelhantes à doença de Parkinson”, informou o neurologista.
“Habitualmente os sintomas são bem controlados pelas medicações e os pacientes têm uma vida normal e independente durante um longo período após o diagnóstico. Porém, a evolução é bastante individual. Não há como prever seguramente como será em cada pessoa.”, ressaltou Dr. Glass. Apesar do bom controle dos sintomas, ainda não existe cura para a doença de Parkinson.
O tratamento medicamentoso repõe e estimula a produção dos neurônios afetados, mas não impede a progressão da doença. Em casos específicos, há indicações para intervenção cirúrgica através do implante de eletrodos neuroestimuladores no cérebro. Simultaneamente, o paciente é submetido a tratamentos complementares, com fonoaudiólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, por exemplo.
A Clínica Sonnar visa o atendimento humanitário e adota a orientação do Dr. Glass de que, aliado ao tratamento correto, torna-se importante tentar manter ao máximo as funções nas rotinas diárias e possibilitar ao paciente uma vivência significativa, mantendo sua autonomia pelo maior espaço de tempo possível.
Quer saber mais sobre o tema?
Acontece entre nos dias 23 e 24 de agosto, o 1º Simpósio de Neurologia do Sudoeste da Bahia. Um dos organizadores e palestrante é o médico Philip Glass. Dia 23 ele ministra a palestra “Doença de Parkison”, às 16:00h na Casa do Médico. Para obter informações sobre inscrições, acesse aqui.
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